A reconquista da América
Grêmio suporta com valentia a pressão do Nacional, empata em 1 a 1 e volta para o Brasil campeão
Uma final sempre é sofrida. É tensa. O futebol brilhante de um campeão se perde entre lances de nervosismo. Um detalhe, porém, decide um título. Assim foi a dramática reconquista da América pelo Grêmio, ontem à noite, ao empatar em 1 a 1 com o Nacional, no Estádio Atanázio Girardot, em Medellín. O Grêmio começou mal, sofreu um gol de Aristizábal, mas Dinho empatou aos 41 minutos finais, de pênalti, garantindo o bicampeonato. O time gaúcho encontrou o caminho para Tóquio e vai decidir o Mundial Interclubes com o Ajax (Holanda).
O primeiro tempo mostrou uma nítida superioridade do Nacional, provocada mais pelos erros do Grêmio, um time nervoso, que não soube valorizar a posse de bola, errou passes, atacou pouco e deu espaços. A melhor chance gremista foi aos quatro minutos, quando Foronda recuou mal e Jardel tentou encobrir Higuita.
Os problemas do Grêmio eram evidentes e o gol de Aristizábal, aos 12 ocorreu depois de uma falha coletiva da defesa e preocupou o técnico Luiz Felipe. Dinho e Goiano, perdidos na marcação, erravam passes, e os zagueiros se confundiam, enquanto Carlos Miguel e Arílson não prendiam a bola e lançavam mal.
A "Síndrome do Parque Antártica", quando o Grêmio teve medo e foi goleado pelo Palmeiras, parecia voltar. Apenas Paulo Nunes atacava, como no lance aos 45 minutos, que Higuita defendeu. No vestiário, Luiz Felipe reorganizou a marcação, principalmente em Alexis Garcia, Arango e Aristizábal. Se Dinho e Rivarola melhoraram, os erros de organização e arremates persistirm.
Carlos Miguel não conseguia reter a bola, Roger estava preso na lateral e Arílson errava os lançamentos. O goleador Jardel, isolado, estava apático e até ali, o Grêmio não existia. Aos 13 minutos o técnico Juan José Peláez colocou Herrera e Matamba para forçar o ataque. Paulo Nunes (lesionado) foi substituído por Alexandre aos 18 minutos. A mudança poderia trazer vantagens, mas Alexandre começou dispersivo.
O Grêmio ainda era um time sem força, noção de espaço ou criação. A bola parecia queimar. Só havia esforço. Luiz Felipe colocou Luciano e Nildo para reagir. Aos 39, tudo mudou. Alexandre foi derrubado por Herrera na área: pênalti. Dinho cobrou aos 41 minutos e o Grêmio empatou: 1 a 1. Era a garantia do título. Goiano foi expulso, mas logo o jogo terminou. Aí, tudo virou emoção. Choro e desabafo de campeões que sofreram muito para reconquistar a América.
ATLÉTICO NACIONAL-COL 1
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GRÊMIO 1
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HIGUITA
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DANRLEI
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SANTA (HERRERA)
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ARCE
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MARULANDA
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RIVAROLA
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FORONDA
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ADILSON
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MOSQUERA (PABÓN)
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ROGER
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SERNA
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DINHO
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GUTIERREZ
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GOIANO
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ARANGO (MATAMBA)
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ARÍLSON (LUCIANO)
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ALEXIS GARCIA
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CARLOS MIGUEL
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ARISTIZÁBAL
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PAULO NUNES (ALEXANDRE)
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JUAN PABLO ANGEL
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JARDEL (NILDO)
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Téc.: JUAN JOSÉ PELÁEZ
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Téc.: LUIZ FELIPE SCOLARI
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ÁRBITRO
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PÚBLICO (RENDA)
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SALVATORE IMPERATORE
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52.000 (US$ 262.000,00)
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