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30/08/1995 - Copa Libertadores (Final): Atlético Nacional-COL 1x1 Grêmio


A reconquista da América

Grêmio suporta com valentia a pressão do Nacional, empata em 1 a 1 e volta para o Brasil campeão



Uma final sempre é sofrida. É tensa. O futebol brilhante de um campeão se perde entre lances de nervosismo. Um detalhe, porém, decide um título. Assim foi a dramática reconquista da América pelo Grêmio, ontem à noite, ao empatar em 1 a 1 com o Nacional, no Estádio Atanázio Girardot, em Medellín. O Grêmio começou mal, sofreu um gol de Aristizábal, mas Dinho empatou aos 41 minutos finais, de pênalti, garantindo o bicampeonato. O time gaúcho encontrou o caminho para Tóquio e vai decidir o Mundial Interclubes com o Ajax (Holanda).

O primeiro tempo mostrou uma nítida superioridade do Nacional, provocada mais pelos erros do Grêmio, um time nervoso, que não soube valorizar a posse de bola, errou passes, atacou pouco e deu espaços. A melhor chance gremista foi aos quatro minutos, quando Foronda recuou mal e Jardel tentou encobrir Higuita.

Os problemas do Grêmio eram evidentes e o gol de Aristizábal, aos 12 ocorreu depois de uma falha coletiva da defesa e preocupou o técnico Luiz Felipe. Dinho e Goiano, perdidos na marcação, erravam passes, e os zagueiros se confundiam, enquanto Carlos Miguel e Arílson não prendiam a bola e lançavam mal.

A "Síndrome do Parque Antártica", quando o Grêmio teve medo e foi goleado pelo Palmeiras, parecia voltar. Apenas Paulo Nunes atacava, como no lance aos 45 minutos, que Higuita defendeu. No vestiário, Luiz Felipe reorganizou a marcação, principalmente em Alexis Garcia, Arango e Aristizábal. Se Dinho e Rivarola melhoraram, os erros de organização e arremates persistirm.

Carlos Miguel não conseguia reter a bola, Roger estava preso na lateral e Arílson errava os lançamentos. O goleador Jardel, isolado, estava apático e até ali, o Grêmio não existia. Aos 13 minutos o técnico Juan José Peláez colocou Herrera e Matamba para forçar o ataque. Paulo Nunes (lesionado) foi substituído por Alexandre aos 18 minutos. A mudança poderia trazer vantagens, mas Alexandre começou dispersivo.

O Grêmio ainda era um time sem força, noção de espaço ou criação. A bola parecia queimar. Só havia esforço. Luiz Felipe colocou Luciano e Nildo para reagir. Aos 39, tudo mudou. Alexandre foi derrubado por Herrera na área: pênalti. Dinho cobrou aos 41 minutos e o Grêmio empatou: 1 a 1. Era a garantia do título. Goiano foi expulso, mas logo o jogo terminou. Aí, tudo virou emoção. Choro e desabafo de campeões que sofreram muito para reconquistar a América.



ATLÉTICO NACIONAL-COL 1
GRÊMIO 1
HIGUITA
DANRLEI
SANTA (HERRERA)
ARCE
MARULANDA
RIVAROLA
FORONDA
ADILSON
MOSQUERA (PABÓN)
ROGER
SERNA
DINHO
GUTIERREZ
GOIANO
ARANGO (MATAMBA)
ARÍLSON (LUCIANO)
ALEXIS GARCIA
CARLOS MIGUEL
ARISTIZÁBAL
PAULO NUNES (ALEXANDRE)
JUAN PABLO ANGEL
JARDEL (NILDO)
Téc.: JUAN JOSÉ PELÁEZ
Téc.: LUIZ FELIPE SCOLARI



ÁRBITRO
PÚBLICO (RENDA)
SALVATORE IMPERATORE
52.000 (US$ 262.000,00)

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