Grêmio sobe, mas rejeita a euforia
Time faz 3 a 2 no Santos e já está perto dos oito melhores. Calejado, Cacalo proíbe excesso de otimismo dentro do vestiário
A torcida do Grêmio recebeu ontem, com dois dias de antecedência, o presente pelos 95 anos do clube, que serão completados amanhã. Jogando com a disposição que tem sido sua marca registrada desde a chegada do técnico Celso Roth, o time gaúcho bateu o Santos por 3 a 2. Derrubar o último invicto do Campeonato Brasileiro representou para o Grêmio a passagem da 18ª para a 14ª posição na tabela de classificação.
Sem Zé Alcino, o técnico trocou Itaqui de lado, para que a jogada forte pala direita não desaparecesse. E deu certo. Scheidt, um dos destaques da partida, por pouco não marcou de cabeça aos 13 minutos. Aos 15, Itaqui fez grande jogada pela direita, cruzou para a área, Clóvis deixou Jean caído e marcou 1 a 0 para o Grêmio, levando a torcida ao delírio. O Santos reagiu em seguida. Aos 17 minutos, a defesa do Grêmio rebateu mal uma bola que veio da direita e Narciso, sem marcação, emendou no ângulo, empatando.
O Grêmio continuou melhor na partida. Aos 29 minutos, Itaqui arrancou pelo meio, deu a Clóvis, recebeu na frente da pequena área e fez 2 a 1. Marcar o terceiro gol logo a 7 minutos do segundo tempo foi fundamental para o Grêmio. Rodrigo Mendes fugiu pela direita, sofreu falta, conseguiu passar a Clóvis, que deixou Ronaldinho na cara do gol, para marcar. Rivarola sairia machucado logo depois, no momento em que o Santos crescia em busca do empate. Uma falha de Fabinho permitiu o segundo gol paulista. Em vez de recuar para Danrlei,ele tentou driblar Alessandro, perdendo a bola. O ponta chutou rasteiro: 3 a 2.
Terminado o jogo, o técnico Leão e os jogadores do Santos envolveram-se em tumulto com os policiais. Leão, Viola e Argel denunciaram que, na confusão, um brigadiano ameaçou sacar o revólver. O clube prometeu registrar queixa na Polícia.
Exatamente uma semana atrás, o Grêmio penava entre os quatro últimos possíveis rebaixados no Brasileiro. Duas vitórias seguidas, contra Paraná e Santos, representaram um salto de qualidade que nem o mais fiel torcedor poderia prever. O time, que ontem derrubou o último invicto na competição (confira detalhes abaixo) saltou para a 14a posição na tabela e está hoje apenas dois pontos atrás do oitavo colocado.
Calejado pelas últimas frustrações, o presidente Luiz Carlos Silveira Martins foi enérgico ao final da partida.
GRÊMIO 3
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SANTOS 2
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DANRLEI
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ZETTI
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WALMIR
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ÂNDERSON LIMA
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RIVAROLA
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JEAN
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SCHEIDT
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ARGEL
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ROGER
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ATHIRSON
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FABINHO
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CLAUDIOMIRO (EDUARDO MARQUES)
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GOIANO
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NARCISO
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RONALDINHO (GAVIÃO)
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MARCOS BAZÍLIO
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ITAQUI
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LÚCIO (ALESSANDRO)
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RODRIGO MENDES
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MESSIAS (ADIEL)
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CLÓVIS (LOCO ABREU)
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VIOLA
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Téc.: CELSO ROTH
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Téc.: GENINHO
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ÁRBITRO
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PÚBLICO (RENDA)
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LUCIANO ALMEIDA
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21.977 (R$ 258.335,00)
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Cacalo evita euforia demasiada > Preocupado com o efeito negativo que um vestiário lotado pudesse trazer para os jogadores e comissão técnica, Cacalo não hesitou. 'Vai falar a voz oficial do clube, a do presidente: ainda não ganhamos nada. Não haverá excesso de euforia aqui dentro.' Essa também foi a tônica do discurso de Adalberto Preis, Saul Berdichevski e Rudi Armi Petry, os homens que comandam o departamento de futebol. 'Sonhar é um direito que só assiste ao torcedor. Depois de revertermos um quadro de depressão, não seremos vitimados por otimismo exagerado', diz Saul.
Roth arrumou a casa > O técnico Celso Roth, responsável pela grande mudança na cara do time, diz que o grupo nunca esteve deprimido. 'E, certamente, não acredita que já ganhou coisa alguma nesse instante.' Firmar Itaqui como meio-campo, apostar em um ataque com Zé Alcino e Zé Afonso (que não jogaram por lesão), ressuscitar Palhinha (também ausente ontem) e encontrar a real posição para Fabinho e Goiano são méritos do treinador.
Itaqui segue no meio > Econômico como sempre nas palavras, ele não negou que poderá usar Itaqui outra vez na direita em Recife, dia 20, em face da suspensão de Walmir. Roth não gostou da desatenção de Fabinho, que resultou no gol de Alessandro, embora tenha dito que o assunto é de economia interna. E preocupou-se com a agitação excessiva do estreante Abreu, que quase foi expulso no fim da partida.
Clóvis aproveita a chance > O centroavante Clóvis, que marcou um gol e deu passes para os outros dois na vitória de ontem, deverá começar a partida de amanhã à noite, em Santiago do Chile, contra o Universidad Catolica, pela Copa Mercosul. Zé Afonso ainda está no departamento médico. Clóvis não se abate com tantos jogadores disputando a mesma posição. 'Tudo é uma questão de seqüência de trabalho', afirma.
Guilherme complica transferência para o Rio > O supervisor do Vasco, Isaías Tinoco, disse ontem que Guilherme impôs várias condições para atuar no clube carioca. O empresário Gilmar Veloz, procurador do centroavante, ainda acredita no negócio.
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