Derrota complica mais o Grêmio
Enquanto centenas de torcedores protestavam no pátio do estádio Olímpico, no vestiário do Grêmio o técnico Adílson Batista fazia o seu mea-culpa e declarava ser o responsável pela derrota de 2 a 0 em casa. O treinador se referia principalmente à 'opção técnica' de escalar Carlos Miguel na lateral-esquerda, deixando Roger no banco - com uma contusão no pé esquerdo, Roger só conseguiu treinar na sexta-feira. 'Os erros foram meus.
Até os 60 anos vou ter um aprendizado. Hoje (sábado) foi mais um', desabafou o treinador gremista. 'Sou o responsável pela derrota. Mexi mal, coloquei as peças trocadas. Já disse aos jogadores que errei. Quando o treinador muda e acerta, ele é um estrategista inteligente. Se ele erra, é burro', acrescentou o técnico, que, ao colocar Marcelinho em campo e sacar Christian, pela primeira vez foi chamado de 'burro' pela torcida.
O vice de futebol Saul Berdichevski estava inconsolável: 'O adversário teve três chances e marcou dois gols. Nós tivemos muitas oportunidades e não conseguimos marcar. No futebol, quem não faz leva'. O dirigente fez questão de assumir sua parcela de responsabilidade por outro resultado negativo: 'Divido com o Adílson a culpa pela derrota.
A culpa é de todo o departamento de futebol'. Sobre a polêmica envolvendo Baloy, Saul garantiu que o zagueiro não jogou porque sofreu um problema estomacal viral, em virtude de sua viagem de mais de dez horas no retorno do Panamá. Desde a quarta-feira o departamento jurídico do Grêmio havia confirmado que o zagueiro panamenho tinha condições legais para atuar.
O Grêmio contava com três pontos sobre o Paraná em sua projeção para permanecer na primeira divisão, mas acabou surpreendido pelo Paraná, sábado, no Olímpico. Com 16 minutos de jogo, o Paraná já fazia 2 a 0, placar
que foi mantido até o fim. A 21ª derrota gremista e a segunda consecutiva no Brasileirão manteve a equipe de Adílson Batista na lanterna.
Com uma defesa improvisada, Roger no banco e Baloy acometido por uma infecção estomacal, conforme a versão oficial do clube - na tarde de sexta-feira, concentrado, Baloy conversava animadamente no pátio do estádio com seus colegas -, o Grêmio resistiu apenas dois minutos. Numa cobrança de falta, Marquinhos bateu, Martini defendeu, mas a bola sobrou para Fernando Miguel fazer 1 a 0.
O Grêmio tentou uma resposta rápida e, na seqüência, Pitbull, na pequena área, concluiu para grande defesa de Flávio. Mas o Paraná voltou ao ataque e definiu o jogo. Aos 16min, Valentim fez o que quis na direita e cruzou às costas da zaga, onde Renaldo, de cabeça, cumprimentou para o gol, 2 a 0. Aos 21min, Renaldo fez 3 a 0, mas o gol foi anulado. Aos 28min, Adílson tentou corrigir seu erro e sacou Marcos Paulo, entrando Roger. Enquanto o Paraná administrava o jogo, o Grêmio se jogava todo ao ataque, sem maiores conseqüências.
Na segunda etapa, a torcida e os jogadores entraram em desespero. Aos 23min, Marcelinho substituiu Christian. Os torcedores chamaram o técnico de 'burro' e Christian reclamou que ainda tinha condições de atuar. Um minuto depois, Leânderson fez falta dura e acabou expulso. A partir dos 30min, parte da torcida abandonou o estádio e foi para o pátio do Olímpico protestar por mais uma derrota e pelo trágico futuro que espreita o Grêmio.
GRÊMIO 0
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PARANÁ 2
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EDUARDO MARTINI
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FLÁVIO
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GEORGE (ELTON)
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VALENTIM
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GAVIÃO
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ÁVALOS
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ADRIANO
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AGEU
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CARLOS MIGUEL
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FABINHO (CÉSAR ROMERO)
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MARCOS PAULO (ROGER)
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PIERRE
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LEANDERSON
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FERNANDO MIGUEL
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TINGA
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EMERSON
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GILBERTO
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MARQUINHOS (EVERTON)
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CLÁUDIO PITBULL
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CAIO
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CHRISTIAN (MARCELINHO)
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RENALDO (GOIANO)
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Téc.: ADÍLSON BATISTA
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Téc.: SAULO
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ÁRBITRO
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PÚBLICO (RENDA)
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HENRIQUE BEZERRA
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18.797 (R$ 75.386,00)
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